terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

CUT critica leilão de aeroportos: isso é privatização, e não concessão

O leilão dos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF), feito nesta segunda-feira em São Paulo, recebeu críticas da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT. O secretário-geral da entidade, Quintino Severo, disse que a concessão “é a entrega do patrimônio público dos aeroportos mais rentáveis do país à iniciativa privada”.
Para ele, o BNDES não poderia ser utilizado para financiar as novas obras nos terminais e pistas que estarão sob concessão. “Isso é uma privatização disfarçada de concessão”, afirmou. Para a Força Sindical, a parceria público-privada é positiva, mas não podem ocorrer demissões. O presidente da Infraero, Gustavo do Vale, garantiu que não haverá desligamentos de funcionários.
O secretário da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, comemorou o resultado e garantiu que não haverá aumento nas tarifas nos aeroportos, como acusa a CUT. A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) continua na administração desses três aeroportos, mas agora com 49% de participação. A estatal ainda gerencia outros 63 aeroportos do país.
O leilão terminou com ágio de 347%, considerado um sucesso pelos especialistas. O governo arrecadará R$ 24,5 bilhões com as concessões ao longo de 30 anos para serem aplicados em melhorias nestes terminais. Ao todo 11 consórcios participaram da disputa.
O maior lance foi dado pelo consórcio Invepar ACSA, que levou o aeroporto de Guarulhos por R$ 16,213 bilhões, ágio de 373%. O consórcio InfraAmérica, composto pelas empresas Infrazix Participações e Corporación América, ficou com o Aeroporto de Brasília. O grupo vai desembolsar R$ 4,51 bilhões para administrar o aeroporto.
O aeroporto de Viracopos será administrado pelo Consórcio Aeroportos Brasil pelos próximos 30 anos, parceria entre os grupos Triunfo Participações, UTC Participações e a operadora de aeroportos Egis. O grupo aceitou pagar R$ 3,821 bilhões pelo aeroporto da cidade de Campinas, distante 100 km de São Paulo, ágio de 159%.
Fonte: SRZD

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